Por: Gustavo Figueiredo (UFPB)
Este artigo de opinião foi feito com o objetivo de falar sobre o desempenho econômico boliviano nos últimos anos e em que medida se relaciona com a importância dos países dos BRICS para o país. Países como Índia, China e Brasil estão entre os 5 maiores parceiros comerciais do país sul-americano, isso mostra o quanto esse grupo de países são importantes para a política externa do país governado por Luís Arce (BOLÍVIA, 2021).
Em um mundo marcado por instabilidades econômicas em muitas nações, a Bolívia se destaca como lugar com certa estabilidade, o que tem contribuído para melhorar certos indicadores socioeconômicos, como PIB, desemprego e a inflação, que foi 2,5% em 2021 (FMI, 2022). Dos países da região é o que mais tem conseguido unir diminuição da pobreza (redução de 66,4% a 36,3%) e crescimento da economia (perspectiva de crescimento de 4% em 2022) sem precisar de políticas neoliberais fortes que buscam diminuir os gastos públicos e como consequência aumentam a miséria (FMI, 2022).
Fatos como a produção de carros elétricos na Bolívia mostram o interesse com uma industrialização moderna e ao mesmo tempo com a intenção de utilizar os próprios recursos (lítio) no desenvolvimento socioeconômico. Além disso, há uma política cambial fixa e subsídios que ajudam a manter os preços sobre os combustíveis relativamente baixos, auxiliando no controle sobre a inflação (BBC, 2022).
É preciso lembrar que essa mudança começou com a chegada de Evo Morales há mais de vinte anos e permanecem até hoje com Luis Arce. Durante esse período foi perceptível uma luta por um país que busca proteger as suas riquezas naturais como o Lítio e os Hidrocarbonetos (Gás Natural e Petróleo), fontes importantes para aumentar a arrecadação de moedas estrangeiras. Para isso acontecer, foi preciso reestatizar algumas empresas consideradas estratégicas para a manutenção da soberania de qualquer nação (CASTRO E FUSER, 2021).
Apesar de não existir nenhum acordo oficial entre o BRICS e a Bolívia, três dos cinco países do bloco estão entre os maiores parceiros comerciais do país sulamericano. Em primeiro lugar em termos Corrente de Comércio está o Brasil (U$ 3.127 bilhões), em terceiro vem a China (U$ 2.625 bilhões) e em quarto está a Índia (U$ 2.053 bilhões). Entre os principais itens exportados para esses países estão o ouro metálico, gás natural, borato (sal oxigenado) e minerais (zinco e prata). Já os principais itens importados são equipamentos industriais (barras de ferro e tábuas de madeira), combustíveis e lubrificantes e bens de capital (caminhões e máquinas de construção) (BOLÍVIA, 2021).
Esses dados mostram o quanto o BRICS é importante para a continuidade da estabilidade da Bolívia. Com essa proximidade econômica, naturalmente vai surgindo uma aproximação geopolítica, como aconteceu quando a Rússia e a China se posicionaram contra o Golpe de Estado que colocou Jeannie Añez como presidente da Bolívia. Com muitas riquezas naturais e uma economia forte, o país vira alvo dos interesses geopolíticos de alguns países do ocidente, que visam se beneficiar disso utilizando o imperialismo militar e financeiro para explorar os povos locais, como no caso do Bilionário Elon Musk quando afirmou que “os Estados Unidos darão golpes de estado em quem quiserem” (BOFF, 2021).
REFERÊNCIAS
BOLÍVIA. https://produccion.gob.bo/
BBC. https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61223166
Castro, Fabio Sousa Mendonça de; Fuser, Igor. Bolívia em tempo de pandemia: crise humanitária e conflito político, 2021.
CEPAL.https://www.cepal.org/sites/default/files/pr/files/tabla_prensa_pib_balancepreliminar-2021-port.pdf
https://www.imf.org/es/News/Articles/2022/09/14/pr22305-imf-executive boardconcludes-2022-article-iv-consultation-with-bolivia
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