A poesia japonesa haiku (俳句), originalmente denominada de hokku, recebeu seu nome atual pelo escritor japonês Masaoka Shiki no final do Século XIX. Na sua manifestação tradicional, caracteriza-se pelo minimalismo, transitoriedade, simplicidade, objetividade, serenidade, sobriedade, casualidade, solidão, não intelectualidade, bucolismo, antissentimentalismo, condensação, uso de imagens, ausência de título, ausência de rima, ausência de sentimentalismos e de emoções.
A métrica ideal do haicai (como é conhecido no Brasil) é a seguinte: 5 sílabas no primeiro verso, 7 no segundo e 5 no terceiro; mas não há exigência rigorosa, obedecida a regra de não ultrapassar 17 sílabas ao todo; e, também, não muito menos que isso. E a contagem das sílabas termina sempre na sílaba tônica da última palavra de cada verso.
A poesia haicai tem referência sazonal (kigo) e à natureza: o kigo é a palavra que representa uma das quatro estações: primavera, verão, outono e inverno. Suas composições buscam refletir o tempo presente: diz-se que é uma maneira de “congelar” o tempo presente.
Heliane Ferreira é pesquisadora associada à Curadoria de Literatura Asiática, historiadora e professora de escrita e comunicação criativa e audiovisual. Escreve poemas e contos curtos há três anos.
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