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NOTÍCIA | Cientistas da Universidade de Tóquio desenvolvem e-skin com capacidade de monitorar sinais vitais.

Redação e comentário crítico: Maria Gabriela Pedrosa

Desenvolvida no Japão, a pele eletrônica vestível pode ajudar no monitoramento da saúde de idosos. Foto: Takao Someya/Universidade de Tóquio.

Apesar de eventos advindos da esfera globalizante trazerem, muitas vezes, mais perdas do que ganhos, há, nas últimas décadas, um braço dos avanços tecnológicos que pode ajudar a melhorar o monitoramento da saúde de pessoas idosas, principalmente, que é o mercado de peles eletrônicas, também conhecidas como e-skins.

Segundo a agência de inteligência de marketing Marketquest.biz, em uma análise publicada em abril de 2021, esse é um mercado que só tende a aumentar entre os anos de 2021 a 2026, principalmente no tocante à área de cuidados com a saúde.

Muitas empresas que trabalham diretamente com o segmento de saúde — em especial os que lidam com equipamentos e dispositivos — apresentam um grande interesse em adquirir essas e-skins. Um dos grandes atrativos para esse segmento é o de usar as peles eletrônicas nos pacientes e ter um acompanhamento e monitoração mais precisa de seu estado de saúde.

Um dos mercados geográficos que a agência aponta é o da Ásia Pacífico, com grandes chances de aumento, devido aos avanços tecnológicos que vêm se intensificando.

Para comprovar essa afirmação, em abril deste ano foi publicada uma notícia na BBC relatando que cientistas da Universidade de Tóquio desenvolveram uma pele eletrônica, também chamada de e-skin, que mostra sinais vitais. Mas essa história não é realmente nova. O líder dessa empreitada é Takao Someya, professor da Escola de graduação de Engenharia da Universidade de Tóquio. Someya e sua equipe começaram a trabalhar em uma e-skin que fosse capaz de saber as emoções humanas apenas com um aperto de mão. Isso foi nos primeiros anos da década de 2000.


Takao Someya. Fonte: Department of Electric and Electronic Engineering, University of Tokyo.

O implante que Someya desenvolveu junto a sua equipe usa finas camadas de ouro e álcool polivinílico na sua constituição, é feito de um material leve e flexível; ultrafino. E-skins já existem, não é uma novidade no mercado, no entanto, o material não era tão bom, quando começou a se pensar nesses artifícios. Os que tinham a possibilidade de captar a temperatura e pressão não eram tão flexíveis; ou, como diz o próprio Someya à BBC: “os dispositivos usáveis convencionais de hoje têm a forma de relógios e óculos inteligentes, que são volumosos”.

Além disso, o material usado para produção dessas peles eram muito caros para produção em larga escala. Someya quer com essa criação contornar esses empecilhos mas, obviamente, não é trivial: Someya começou a trabalhar com parceiros para desenvolver os processos de fabricação.

A e-skin desenvolvida pelos cientistas japoneses além de mostrar de forma digital no próprio corpo, envia a um aplicativo e a uma nuvem os parâmetros medidos, a fim de que os médicos e a família acompanhem tudo à distância. Isso pode ajudar, também a conectar pessoas mais velhas a seus familiares e aplacar um pouco da solidão.

Essa recente e-skin foi pensada devido ao rápido envelhecimento da população japonesa, para que os cuidados com os idosos possam ser acompanhados com mais precisão, cuidado, e por longos períodos. Em razão da durabilidade dessa e-skin, esse dispositivo se torna um forte aliado para doenças crônicas como o caso da diabetes e hipertensão, bem como — segundo o pesquisador — ajuda a detectar os primeiros sinais de enfermidades.

Isso é só o começo para esses pesquisadores. Someya diz que o 5G poderá ter um “tremendo impacto” nessas tecnologias que estão em desenvolvimento incluindo, claro, as e-skins, pois podem aumentar a quantidade de dados transmitidos sem fio, com uma alta performance de velocidade, dando aos usuários, profissionais de saúde e familiares informações em tempo real.

No final, o que querem esses cientistas, bem como todos os outros, de todo mundo, é diminuir a ponte entre a máquina e o homem; facilitar o transporte das informações humanas presentes na complexidade do corpo humano. Então, imagine: como será quando seu corpo puder comunicar o que está acontecendo apenas com um toque?

Por mais que ainda demoremos a vislumbrar esses tipos de tecnologias desenvolvidas por pesquisadores japoneses ou tantos outros, nos cantos remotos do nosso Brasil por exemplo, é uma fresta de esperança que os avanços tecnológicos possam ajudar tanto a robótica quanto a medicina a avançarem.

REFERÊNCIAS

MARSH, Jeni. The bionic skin that can feel a tumor. CNN Health, 8 de jul. de 2019. Disponível em:https://edition.cnn.com/2016/05/17/health/frontiers-takao-someya-eskin/index.html. Acesso: 26 de abr. de 2021.
MARKETQUEST.BIZ. Global Electronic Skin Patches Market 2021 by Manufacturers, Regions, Type and Application, Forecast to 2026. MarketQues.biz, 2021. Disponível em: https://www.marketquest.biz/report/52925/global-electronic-skin-patches-market-2021-by-manufacturers-regions-type-and-application-forecast-to-2026. Acesso em: 29 de abr. de 2021.
PFEIFER, Hezel. Wearable electronic skin could monitor your health. CNN Business, 22 de abri. de 2021. Disponível em:  https://edition.cnn.com/2021/04/22/tech/wearable-e-skin-health-someya-spc-intl/index.html?https://edition.cnn.com/2021/04/22/tech/wearable-e-skin-health-someya-spc-intl/index.html. Acesso em: 24 de abr. de 2021.

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