Uma das grandes novidades no cenário político e econômico internacional na última década foi o surgimento do grupo BRICS. A origem pode ser traçada a partir de 2001, quando o Diretor de Negócios do Banco Goldman Sachs, Jim O’Neill, publicou um artigo em que destacava o potencial dos países então BRIC em se transformarem em uma das principais fontes de crescimento da economia mundial e, consequentemente, superar em tamanho as economias do grupo dos G7 em algumas décadas.
A análise de O’Neill não levava em conta nenhuma variável política, focando basicamente em indicadores econômicos como, por exemplo, as taxas de crescimento, a renda per capita e o tamanho da população. De fato, o autor não esperava que aquele grupo de países passasse a se desenvolver politicamente e a cooperar em várias áreas, ou, ainda, que prolongassem a iniciativa para inserção de outra potência de tamanha relevância para o Sul Global, a África do Sul. Se a ideia do acrônimo condicionou ou não a tentativa de coordenação deste grupo de países, é outra questão. É possível que Brasil, Rússia, Índia e China tivessem se reunido sem a necessidade da motivação proporcionada por tal avaliação. Porém, parece improvável que isto pudesse ter ocorrido no timing ou na cronologia que então resultou.
O Brasil sediará pela terceira vez a reunião de cúpula, a acontecer nos dias 13 e 14 de novembro deste ano, em Brasília. Passados 10 anos desde a criação do grupo, e estando o Brasil na presidência da instituição ao longo de 2019, propomos uma reflexão acerca do desenvolvimento do bloco e de suas perspectivas futuras. Quais os objetivos do bloco? Qual o caminho a seguir? O bloco permanecerá unido dentre as adversidades? Como a comunidade internacional vê o futuro dos BRICS? Essas são apenas algumas questões a que esse Dossiê se propõe.
Este número temático da Conjuntura Austral busca oferecer indagações e análises não apenas para pensar diferentes abordagens sobre os BRICS nas Relações Internacionais, mas também para expor efeitos paradoxos da mobilização analítica em torno desse tema para a disciplina. Por isso, convidamos pesquisadores que estudem os países do grupo a submeter artigos e análises de conjuntura que possam contribuir para o entendimento e o futuro dos BRICS.
O Dossiê integrará o volume 10, n. 52 da Conjuntura Austral, que será publicado em dezembro.
Prazo para envio vai até 20/10/2019.
Organizadores:
Profa. Dra. Jacqueline A. Haffner (PPGEEI – UFRGS)
Prof. Dr. Marcos Costa Lima (UFPE)
Editores responsáveis:
André Reis da Silva
Vinícius Henrique Mallmann
Camille Amorim
Diretrizes de submissão:
https://www.seer.ufrgs.br/ConjunturaAust…/about/submissions…
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